A Amazônia brasileira foi escolhida para ser a casa da trigésima edição da COP, em Belém. E como anfitriões, precisamos lembrar a todos o que está em jogo.

Temos uma oportunidade única de assumir um compromisso: mostrar ao planeta que o Brasil, sexto maior emissor de gases de efeito estufa do mundo, está disposto a rediscutir e replanejar suas ações climáticas, e também repensar melhores alternativas a essas emissões.

A começar pela comida da COP.

Saem os alimentos responsáveis pela grande maioria das emissões brasileiras, entram os alimentos que sequestram carbono.

Esse é o primeiro pequeno grande passo.

Garantir que os alimentos oferecidos ali sejam saudáveis, agroecológicos, da sociobiodiversidade amazônica. Alimentos que valorizam a floresta. Que melhoram o bem viver de seus povos. Que conservam a biodiversidade. Que mudam (pra melhor) a qualidade de vida de quem produz e de quem consome.
Mais que uma ideia, um chamado: para que o mundo conheça nossa cultura alimentar e experimente os sabores de uma floresta em pé, conservada e com seus povos vivendo em harmonia com ela.
Que a maneira como comemos seja uma solução, e não um problema.

A gente quer garantir que os melhores alimentos da sociobiodiversidade brasileira estejam na COP30. Quer demonstrar para os líderes globais como a produção de alimentos pode contribuir para a manutenção da biodiversidade e mitigação das mudanças climáticas. Quer o reconhecimento e valorização da cultura alimentar local. Quer estabelecer um marco no fortalecimento da economia local e contribuir para a redução da emissão de transportes de alimentos e uso de agrotóxicos. Quer construir um legado para além da COP e transformar a realidade da alimentação em Belém. Quer assegurar vida digna às famílias e comunidades que produzem esses alimentos. Quer emissões produzidas pela COP30 zeradas pela cadeia dos alimentos oferecidos. Quer um papo sério e o compromisso do Governo e da Presidência da COP30 com uma alimentação de base agroecológica durante o evento.